Casa Museu

Casa Museu Egas Moniz

A "CASA DO MARINHEIRO" agora transformada em CASA MUSEU EGAS MONIZ, conserva um ambiente de extremado gosto, despertando em rediviva evocação a individualidade relevante que nela passava grandes temporadas e onde em cada pormenor deixou expressos os seus gostos e as suas predileções.

Nessa casa haviam nascido os seus antepassados e nela nasceu o Professor Egas Moniz, Prémio Nobel da Medicina em 1949 pelos seus excelsos trabalhos sobre a Angiografia e Leucotomia Pré-Frontal.

Para a salvar da ruína mandou-a reconstruir em 1915 segundo um projeto do Arquiteto Ernesto Korrodi, sob a direção do padre António Maria Pinho, tendo sido encarregue da decoração Álvaro Miranda da Granja.

Ampliou-a e enriqueceu-a, dando-lhe a feição que hoje apresenta e uma semelhança com as antigas casas solarengas do século XVIII. Sem descendentes, o extremoso casal muitas vezes ponderou o destino a dar à Casa que com tanto carinho se tinham dedicado. Acabou por decidir que nela se criasse um Museu Regional que, conforme desejo expresso da esposa, seria denominada "CASA MUSEU EGAS MONIZ".

Ficaria assim ligado à sua querida aldeia, esta recordação da sua vida como demonstração de apreço pelos seus amigos do concelho de Estarreja e Murtosa, cujas populações sempre o acompanharam nas horas de alegria e momentos de tristeza em boa camaradagem e alegria.

Em 14 de julho de 1968 a CASA MUSEU EGAS MONIZ era uma realidade. No seu interior tudo se conserva como em tempo do insigne Professor e Investigador Científico, com exceção de algumas dependências que foram construídas para albergar o espólio da sua casa de Lisboa.


O Recheio da Casa Museu

As suas valiosas colecções

A CASA MUSEU EGAS MONIZ, apresenta no seu interior um belíssimo conjunto arquitetónico com os seus belos tetos em caixotão com apainelados aliado ao bom gosto do seu mobiliário de estilo D. José, D. João V, D. Maria, Luís XVI, Império, Holandês e Charão.

Como emérito e exigente colecionador que era, com o seu bom gosto e perspicácia, Egas Moniz conseguiu ao longo da sua vida adquirir belíssimas peças que passam por inúmeras coleções e que hoje podemos apreciar deleitando-nos com o requinte e beleza de algumas peças, como é o caso de peças de Porcelana da Companhia das Índias, Cantão, Saxe, Sévres, Porcelanas e Faianças antigas Portuguesas.

Na pintura (com obras representativas da pintura portuguesa de Carlos Reis, João Reis, Falcão Trigoso, Eduarda Lapa, Silva Porto, Henrique Medina, José Malhoa, Abel Salazar, entre outros), gravura, escultura desenho, vidro (com espécies de vidro e cristais portugueses da fábrica da Vista Alegre e Marinha Grande e cristais de Boémia), na ourivesaria e tapeçaria conseguiu Egas Moniz peças de raridade e beleza, antiguidade e minúcia que hoje se encontram na CASA MUSEU EGAS MONIZ e que nos permitem vislumbrar um pouco da sua vida pessoal, como que reencontrando-nos espiritualmente com o eminente cientista, analisando-o, numa perspetiva um pouco diferente - na sua intimidade.

Sente-se uma harmonia e ordem perfeitas que imediatamente dão ao espírito do visitante a certeza de que nada de banal se encontra lá dentro e que a pessoa criadora de tal ambiente tem a necessidade espiritual de dar a tudo que a rodeia, um pouco de si mesmo, rodeando-se assim de mil e uma coisas que disso sejam dignas.

Para além da sua Secção Artística a Casa Museu Egas Moniz possui a sua Secção Científica que nos apresenta os objetos referentes às suas descobertas científicas da Angiografia, até à exposição gráfica das etapas sucessivas das investigações que conduziram à primeira visualização radiológica das artérias cerebrais do Homem Vivo e da Leucotomia Pré-Frontal, no género de exposição que foi apresentada pelos seus colaboradores de Santa Maria e aquando do congresso de Neurocirurgia pelos seus colaboradores do Hospital Júlio de Matos.

Em suma, poderíamos definir a Casa Museu Egas Moniz numa frase do seu patrono: Os Museus por modestos que sejam são centros de educação e regalo espiritual, quisera um em cada cidade, em cada vila e em cada aldeia para que o povo se elevasse na comunhão espiritual de Belo.